sábado, 24 de agosto de 2013

Companheiros (as), visitantes,

PARABÉNS ROTARY CLUB DO RECIFE FREI CANECA!

Uma plenária festiva aconchegante  para comemorar os seus 26 anos de vida. Nesse dia, vieram prestigiar sua festa o rotariano exemplar, Eudes de Souza Leão Pinto, os Ex Governadores do distrito 4500, Alberto Bittencourt, Aloisio de Freitas, Luis Mario Calheiros, o o sócio honorário José Otávio Patricio Cavalcanti.
A comemoração tornou-se ainda,  mais significativa e eficaz para Rotary, pela entrada de mais um voluntário na família rotária. O presidente Almir deu posse ao novo associado Maurício Cavalcanti, classificação engenharia, a  quem o companheiro Alexandre dos Santos dirigiu uma saudação e o companheiro Zacaricaos, seu padrinho, colocou na sua lapela o distintivo de rotary.
O ponto alto da festiva foi a homenagem prestada ao clube  pelo companheiro Gildo Carício Caldas, sócio fundador do Rotary Club do Recife, Frei Caneca, com o seu discurso, demonstrando todo o seu conhecimento e amor ao Rotary Club do Recife Frei Caneca. A seguir na íntegra o seu discurso:

 "FREI CANECA, O CLUBE DO FRADE"

“O tempo é o senhor de tudo e ao olhar os papeis de ontem, vejo que passou rapidamente. Recordo nossa primeira reunião no Hotel 04 de Outubro – onde Clóvis Cabral transpirava emoção, contagiando a todos nós”, assim se referia Iran Fernandes de Meneses Lima à primeira reunião preparatória de instalação do ROTARY CLUB DO RECIFE – FREI CANECA, no dia 24 de agosto de 1987.

Naquela mesma ocasião, na abertura dos trabalhos, o companheiro  André de Castro Batista Leite do ROTARY CLUB DO RECIFE, na qualidade de representante especial do Governador do então Distrito 4500, dirigiu algumas palavras aos presentes abordando e ressaltando o momento histórico que aquele grupo estava vivendo como participantes da fundação de uma nova unidade do Rotary Internacional.

“Foi a primeira vez, na história de Pernambuco, que se criou um clube de Rotary, tendo como Patrono, uma figura ligada à própria vida e a afirmação do Estado que lhe serviu de berço, com particular destaque para sua cidade – Recife”, assim se manifestou o nosso inesquecível companheiro Genival Barbosa Guimarães.

Nesta oportunidade, rememoramos também, as palavras pronunciadas por ocasião da reunião comemorativa do quinto aniversário do nosso Clube, nos idos de 24/08/1992, pelo brilhante professor, jornalista e historiador, Potiguar Matos, membro da Academia Pernambucana de Letras e cultor da memória do grande Herói brasileiro, que fez questão de ressaltar, com muita emoção o valioso gesto cívico do clube recifense, filiado a uma instituição da magnitude do Rotary Internacional, ter o nome de FREI CANECA, rompendo, assim, com essa expressiva homenagem, o silêncio que certa parcela da mídia nacional procura fazer em torno do autêntico e bravo Herói e Patriota brasileiro.

As memórias do Frei Caneca, clube rotário, e as do Frei Caneca, frade carmelita, revolucionário e herói, aqui se fundiram em um grande farol a clarear os nossos caminhos, e gravaram em nossas mentes que seremos sempre capazes de renovar a mesma fé e a mesma esperança de manter aceso o IDEAL DE SERVIR e a mesma sensação de ser útil.

A rebeldia é filha legítima do ventre de Pernambuco, terra não somente de altos coqueiros, mas, sobretudo de alto sentido libertário – cuja figura maior do movimento revolucionário de 1824, quiçá da história pátria, é, inquestionavelmente, sem nenhuma sombra de dúvida, JOAQUIM DO AMOR DIVINO RABELO, nosso FREI CANECA.

Espingardeado FREI CANECA, em 13/01/1825, no mais vil crime já cometido contra um pernambucano, o carrasco D. Pedro I sentiu na monstruosidade do seu caráter selvagem que afrontar o irredentismo  dos pernambucano não seria o melhor caminho a seguir.

A inteligência pernambucana queria com uma FÉ inabalável, mais SOBERANIA E LIBERDADE, e isto não seria obtido pela pura força das armas.

E, foi assim, que ainda em 1825, José Carlos Mayrink da Silva, um mineiro carismático ligado à lenda das publicações líricas “Marília de Dirceu”, recebeu de D. Pedro I a presidência da Província de Pernambuco a fim de pacificá-la.

Em chegando a Pernambuco, ele convidou o Padre João Ribeiro Montenegro, um dos chefes dos rebeldes, para amistoso diálogo. O eclesiástico compareceu munido das notas dominicais do francês Louis Tolenare que aqui vivera, e mostrou uma recomendação daquele ex soldado na guerra napoleônica, que dizia: enquanto em Pernambuco não houver uma Gazeta e um Liceu, nenhum progresso lhe seria implantado. Este mineiro, Mayrink, decretou em primeiro de setembro de 1825 a criação do Liceu Provincial, que foi instalado no Convento do Carmo – onde Frei Caneca foi sepultado. A sua primeira aula se deu em 9 de fevereiro de 1826 e o primeiro diretor foi o Padre Miguel do Sacramento Lopes Gama, um beneditino conhecido por “o padre Carapuceiro”. Com o nome Liceu Provincial ficou até 1843, quando adquiriu o nome Gymnásio Pernambucano.

Mas a obra de Mayrink foi ainda maior: deu oportunidade ao modesto tipógrafo e ex seminarista, Antônio José de Miranda Falcão de publicar o primeiro número de sua folha de anúncios que ainda hoje circula com o nome Diário de Pernambuco, cujo primeiro exemplar foi impresso em novembro de 1825.

Mayrink, ainda fundou naquele ano a Brigada Militar, nossa atual Polícia Militar, e transferiu em 1827, a capital de Pernambuco de Olinda para Recife, presidiu a fundação dos cursos jurídicos em 11 de agosto deste mesmo ano, além de implementar o funcionamento do Liceu de Artes e Ofícios.

Nascia um novo Pernambuco, no rastro do sacrifício de um grande brasileiro.

Companheiros, companheiras, convidados.
Nesta data, o Clube de Rotrary que tem a honra de ter FREI CANECA como seu PATRONO, rejubila-se pelos seus vinte e seis anos rotários bem vividos.
Orgulhemo-nos, do grande herói brasileiro, que mesmo perseguido, preso e morto, continuou cada vez mais vivo e continua vivendo entre nós.
Gildo Carício Caldas
                                                  Sócio fundador do RCR- FREI CANECA
RECIFE, 24/08/2013

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